Parque Arqueológico do Vale do Côa

O Vale do Côa situa-se nas margens do rio Côa nas montanhas do Nordeste de Portugal Continental. Este rio repleto de história nas suas margens, vai por sua vez desaguar no rio Douro.

Por estes vales de rochas xistosas, estendem-se por vários quilómetros, painéis de arte com gravuras que passaram por milhares de anos e sobreviveram até aos nossos dias.

Originários do Paleolítico Superior, estes painéis a céu aberto, são provas do povoamento, de uma mestria de conceção, de uma energia e de traços que trouxeram até ao quotidiano mais de vinte mil anos de arte. Esta enorme galeria, não só é marcada pelo período Neolítico e Idade do Ferro, como também pela Época Moderna onde representações religiosas, nomes e datas estão bem patentes desde anos mais recentes.

Estas gravuras representam principalmente figuras animalistas – embora haja conhecimento de algumas representações humanas e também abstratas. Contudo, os seres mais representativos são os cavalos e os bovídeos. Mas também aparecem alguns núcleos representativos de caprídeos e cervídeos. Há animais que aparecem isolados e outros em grupo.

Desde sempre que estas gravuras foram vistas pelos moleiros e pelos pastores da zona, deixando eles também a sua própria “marca” ao lado das que existiam há muito tempo atrás. Já nos anos 30 do século XX, um “filho da terra” dava notícia num artigo de jornal, de algumas gravuras que entretanto descobrira.

Mas foi só em 1995 que tal descoberta foi levada mais a sério, aquando da sequência de trabalhos que se haveriam de realizar (em parte) com a construção da barragem no rio Côa. A situação causou bastante polémica, mas declarada a suspensão da barragem pelo Governo, o Vale do Côa, em breve, e já com os diversos “sítios” entretanto identificados numa vasta extensão, recebia assim a classificação de monumento nacional. Pois ali encontrava-se o maior museu a céu aberto do Paleolítico em todo o mundo.

Esta importante classificação foi logo de seguida, também ela, reconhecida pela UNESCO, que considerou-a de Património Cultural da Humanidade.

Em 2011, é criado o Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), sediado em Vila Nova de Foz Côa. O objetivo é a gestão das visitas às gravuras, a proteção das mesmas, a musealização e a colocação em visita pública da arte rupestre do Vale do Côa.

Estão disponíveis visitas guiadas a três aglomerações: a Ribeira de Piscos/Fariseu (a partir de Muxagata), a Canada do Inferno (a partir de Vila Nova de Foz Côa) e a Penascosa (a partir de Castelo Melhor) – esta também pode ser vista à noite. No Museu do Côa, inaugurado em 2010, podem ser realizadas as reservas para as visitas de campo dos três sítios abertos ao público.

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