Ao chegar à zona nordeste de Portugal Continental, o visitante depara-se com a bonita cidade de Miranda do Douro. Nesta cidade fronteiriça, palco de muitas batalhas, terá D. João III ordenado a construção de uma esplendorosa Catedral.
Para se erigir a Sé Catedral, foi destruída a antiga Igreja de Santa Maria, um templo gótico do reinado de D. Dinis. Desmantelado o templo trecentista, as obras da Sé maneirista começaram em 1552 e concluídas em 1566.
Este é o maior templo de Trás-os-Montes, erguendo-se no planalto mirandês pela imponente arquitetónica e qualidade artística apresentada. É símbolo de referência na cidade, conforme o povo assim o diz – “chega a Miranda, vê a Sé e anda”.
Junto a um amplo adro, o visitante vê elevar-se a imponente e sólida fachada da Catedral, que é marcada pelas duas grandes torres sineiras retangulares e encimada por uma balaustrada. O templo, orientado a Norte, tem uma planta cruciforme de 3 naves com 4 tramos e abóbada nervada sustentada por 8 pilares toscanos.
No interior pode-se observar o retábulo do altar-mor, que tem um conjunto escultural de relevo e dedicado a Santa Maria Maior. Na Sé existem ainda outros retábulos que pela sua antiguidade ou exemplaridade merecem a atenção do visitante, tais como o retábulo de S. Bento, o retábulo de Nossa Senhora dos Remédios, o retábulo das Relíquias, o retábulo de Santo Amaro ou o retábulo de Nossa Senhora do Rosário (atualmente do Sagrado Coração de Jesus). De estilo barroco e do século XVIII, podem-se observar os retábulos de S. Pedro, de São Jerónimo e de Nossa Senhora da Piedade. O cadeiral do coro do Cabido – obra de grande perfeição e raridade, data do século XVII e é do estilo maneirista.
A Sé Catedral de Miranda do Douro, é fortemente conhecida pela existência de um ícone da religiosidade popular – o Menino Jesus da Cartolinha. Pode-se observar esta pequena imagem setecentista, num oratório em talha dourada barroca onde os demais devotos oferecem uma enorme quantidade de vestidos e adereços.