Cruzeiro do Porto à Régua

Dados do percurso
- Subida de barco
- Duração: 7 horas
- Almoço a bordo
- Partida: 8h00
- Chegada: 15h00
Os Cruzeiros do Douro são uma das melhores formas de apreciar a região. Todos os dias diversos barcos navegam o Douro com turistas de todas as nacionalidades.
Neste percurso fazemos a subida do Douro, desde o Porto até Peso da Régua localizada no coração do Alto Douro Vinhateiro. Será um percurso de 7 horas com almoço a bordo, que nos levará através de duas barragens: Crestuma-Lever e Carrapatelo.
Ao longo do percurso pode observar as vinhas em socalcos nas margens do rio, quintas e bonitas paisagens enquanto o rio serpenteia pelo meio das encostas cada vez mais íngremes. Chegados à Régua a descida é feita de comboio ou autocarro.
Veja a seguir o percurso detalhado.
Percurso
O barco parte logo cedo às 8h00 do cais de Gaia. Se estiver alojado no Porto tem várias alternativas para chegar ao Cais de Gaia. No nosso caso seguimos pela ponte da Arrábida e saímos para Gaia percorrendo a estreita estrada que serpenteia ao longo do rio desde a foz até ao Cais.
Uma vez chegados estacionamos no parque publico junto ao Cais, que tem desconto para os passageiros dos cruzeiros. Junto ao cais encontramos diversos barcos e procuramos pelo Milénio do Douro que encontramos junto a uma multidão de turistas estrangeiros e poucos portugueses. Aguardamos a nossa vez e entramos no barco. Este barco, tem capacidade para 250 pessoas, vários pisos, esplanadas nos pisos superiores e restaurante no piso inferior.
Entramos e seguimos até um lugar junto à janela, através do qual vemos a bonita cidade do Porto iluminada pela luz da manhã. A ribeira, a torre dos clérigos, e ao fundo a Sé. É uma paisagem muito agradável e aguardamos com alguma impaciência a partida do barco.
Após alguns minutos e assim que todos os passageiros embarcam, começamos a nossa viagem rio acima. Rapidamente saímos para o convés para melhor apreciar a vista. Passamos sob a ponte Luís I e seguimos viagem.
Neste percurso inicial, ainda urbano, passamos pelas várias pontes que ligam o Porto a Vila Nova de Gaia. Seguimos observando as margens e passamos junto à Pousada do Porto (Palácio Do Freixo) um edifício barroco restaurado que data do século XVIII. Aos poucos deixamos o Porto para trás.
Rio acima e de forma gradual vamos entrando na zona rural, onde as margens estão cobertas de vegetação e várias casas nos “observam” das margens ainda pouco íngremes.
Passado algum tempo o barco começa a reduzir velocidade, estamos a chegar à primeira barragem do percurso: Crestuma-Lever. Construída em 1985 esta barragem foi a ultima das barragens do Douro a ser construída. As 5 barragens em território português permitiram a criação do canal de navegação do Douro que desde 1990 permite navegar do Porto até Barca D’Alva.
Ao olhar para a barragem uma questão se coloca: por onde vamos passar? Ao longe, do lado direito, vemos as comportas da eclusa que numa primeira observação parece demasiado pequena para um barco desta dimensão… Entretanto vemos outra embarcação aproximar-se e então percebemos o motivo do abrandamento do nosso barco, estava a aguardar outros barcos para que de uma só vez fazerem a subida.
As comportas começam a abrir e muito lentamente, o que provoca uma agitação a bordo pois todos querer ver bem esta experiência. O barco entra na eclusa, com uma precisão milimétrica. Assim que todos os barcos entram, fecha-se a comporta atrás de nós e começa a subida. Os passageiros todos cá fora tiram fotos, fazem comentários, sente-se uma excitação a bordo. A subida é feita rapidamente e num instante estamos “cá em cima” e então prosseguimos viagem.

À medida que subimos o rio a paisagem vai-se transformando, de uma zona urbana passamos a zona rural, com muito vegetação, o barco segue rio acima escolhendo a melhor rota, por entre as águas do Douro.
A viagem prossegue rio acima, e chegamos a uma conhecida curva do rio, onde se encontra a praia fluvial da Lomba, um local muito agradável.

Nesta parte do rio a paisagem é muito bonita, e o rio torna-se temporariamente mais movimentado com iates e motas de água.


Passados alguns quilómetros chegamos à barragem do Carrapatelo. A altura desta barragem é enorme ao contrário de Crestuma-Lever. São 35 metros de altura sendo a sua eclusa a maior do Douro e uma das maiores do mundo.

À medida que o barco se aproxima, o desnível impõe bastante respeito e mais uma vez a agitação a bordo aumenta. Maquinas fotográficas em punho, e todos caminham para o convés para sentir bem esta experiência única.
O barco entra na eclusa e os 35 metros de altura das paredes laterais faz-nos sentir pequenos perante uma obra desta magnitude. Mais uma vez outros barcos nos acompanham na subida.
As comportam fecham-se fazendo eco dentro da eclusa, abafando por instantes o correr da água que as comportas superiores não conseguem conter na totalidade. Inicia-se a subida que demora apenas alguns minutos.
No convés vemos a ponte superior aproximar-se rapidamente, de onde várias pessoas curiosas nos observam e tiram fotografias. O barco aproxima-se de tal forma que conseguimos com o braço levantado tocar na ponte.
Chegados aqui, iniciamos a fase final do percurso até à Régua.
Aproximamo-nos do coração do Alto Douro Vinhateiro, considerado pela UNESCO em 2001 Património Mundial da Humanidade.
Passamos por Pala, onde observamos a igreja de Santo António de Ribadouro e a ponte do comboio (foto em baixo).

A seguir passamos por Porto Manso e Porto Antigo onde encontramos a ponte da N211 sobre o Douro. A ponte é tão baixa que “quase” lhe podemos tocar…

Alguns quilómetros rio acima encontramos Caldas de Aregos e em frente do outro lado do rio a ponte ferroviária quase submersa onde mal conseguimos ver os seus arcos.

De seguida passamos junto à estação ferroviária de Ermida, onde vemos um comboio na linha do Douro.
Passamos a ponte da Ermida e a estação de Porto de Rei, e então o rio torna-se mais estreito. A navegação aqui exige mais cuidado, e o navio segue rio acima pelo estreito leito do rio.
Não podemos deixar de pensar como seria navegar o rio há muitos anos atrás, num barco rabelo o único que aqui conseguia navegar. O Douro foi desde tempos imemoriáveis um rio onde a navegação era perigosa, cheio de correntes e estrangulamentos, sendo o maior de todos o cachão da Valeira, durante muitos anos o limite da navegação do Douro. Este obstáculo foi apenas eliminado em 1791 ao fim de vários anos muitos quilos de dinamite.
Pouco tempo depois o rio volta alargar e a paisagem é agora dominada pelas vinhas nas encostas do rio. Estamos a chegar ao coração do Alto Douro Vinhateiro.
Chegados à Régua, vemos ao fundo as 3 pontes.
Saímos do barco onde encontramos várias pessoas a vender souvenirs e compramos alguns rebuçados da Régua.
O percurso de volta ao Porto vai-se iniciar, e faz-se de comboio ou de autocarro. Nesta viagem, e devido a greve da CP, fazemos a viagem de volta de autocarro. Opte contudo sempre pelo comboio pois poderá admirar lindas paisagens junto ao rio Douro.
Chegados ao Porto, temos uma sensação de um dia bem passado, mas fica a vontade de conhecer mais, e voltar a fazer mais passeios de barco, comboio ou mesmo de carro nas estradas junto ao Douro.
É algo que faremos em breve…
Roteiro do Douro
2011